A gastrite crônica é clinicamente caracterizada pela persistência do quadro de vômito mesmo quando existe uma terapia instituída. É comum, apresentar outros sinais clínicos além do vômito, tais como, inapetência, anorexia, prostração, perda de peso, dor abdominal, hematêmese (presença de sangue no vômito).
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As bactérias do gênero Helicobacter devem ser sempre uma forte suspeita em casos de gastrite crônica; elas infectam o estômago de diversas espécies de mamíferos como humanos, cães e gatos. Tais bactérias produzem uma enzima denominada urease que ajuda a se adaptarem ao ambiente ácido do estômago. A presença dessa enzima urease pode ser usada também como auxílio em diagnóstico para confirmar o quadro de infecção.
É possível tanto em cães como em gatos, a presença da bactéria Helicobacter em mucosa gástrica em animais sem a sintomatologia. Sendo estes classificados como pacientes portadores assintomáticos.
Helicobacter pylori - imagem de microscopia eletrônica em mucosa humana (fonte: Google imagens) |
O diagnóstico pode ocorrer de três formas:
- Avaliação histopatológica dos fragmentos de biópsia obtidos por endoscopia gástrica;
- Teste da urease: colocar fragmentos de mucosa gástrica obtido por endoscopia em meio contendo ureia e indicador de pH. A conversão da uréia em amônia pelas bactérias vão causar uma alteração na coloração do meio testado.
- Teste respiratório por carbono 14: ingestão de uma substância ativadora desta enzima urease (produzida pelas bactérias Helicobacter); após um determinado tempo, se faz a detecção deste produto na expiração do paciente.
Todos os três exames vão obter suas limitações; os dois primeiro vão depender da presença da bactéria no fragmento analisado; dessa forma é possível haver falso negativo. E, o último exame não está bem implementado na medicina veterinária (utiliza os marcadores humanos) e ainda não faz parte da realidade brasileira.
A visualização da mucosa pela endoscopia pode variar de aspecto dependendo do quadro sintomático do paciente. Pode variar de uma mucosa com aspecto normal (paciente assintomático) à uma mucosa hiperêmica e erosiva.
Mucosa hiperêmica, erodida, com pequenos pólipos sésseis de caráter inflamatório |
Mucosa marcadamente hiperêmica e enantematosa |
O tratamento deve ser feito instituído a dupla antibiótico+antiácidos. É relatado que o uso concomitante de substância antiácida no tratamento auxilia na diminuição do edema, melhora o aspecto erodido da mucosa e dessa forma auxilia para que o antibiótico tenha melhor eficácia. Vale ressaltar que o tratamento é longo (mínimo de 14 dias), podendo haver recidivas. É relatado que as bactérias do gênero Helicobacter desenvolvem rapidamente resistência às substâncias antimicrobianas.
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Fonte:
- TAMS, T.R; Gastroenterologia de pequenos animais; Ed. Roca;New York (NY):2005; 454p