quinta-feira, 10 de março de 2016

DIARRÉIA CRÔNICA! Você sabe qual exame endoscópico pedir?

               Pois é, parece uma pergunta simples e boba né? Mas acredito que alguns colegas, clientes e conhecidos irão achar que sabem a resposta. Porque irão pensar da seguinte forma: "se o sintoma mais predominante é a diarreia crônica e não responsiva aos tratamentos? Oras... Então vou requisitar uma Colonoscopia!!!"  MAS NÃO !!!! ESSA NÃO É A RESPOSTA CERTA!! 

E qual seria a resposta correta? Depende do tipo de diarreia que estamos falando!

Existe 3 tipos: distúrbios fecais de intestino delgado; distúrbios fecais de intestino grosso e as mistas.

Segue abaixo uma tabela que costumo usar para melhor demonstrar os diferentes sintomas de cada uma; e um quadro ilustrativo sobre a qualidade das fezes:


           De uma maneira geral; quando vemos um paciente defecar grande volume de fezes, amolecidas à liquefeitas; coloração alterada; com urgência em defecar (não consegue segurar); e que em situações crônicas, levam ao emagrecimento animal (mas não necessariamente!); estamos então lidando com um quadro de diarreia de intestino delgado. Nesse tipo de situação, o exame mais propício é a endoscopia digestiva alta também conhecida como gastroduodenoscopia. Pois o intestino delgado é melhor acessado através do esfíncter Piloro (região do Antro no estômago).

                 Porém, existem disfunções de intestino grosso; aonde vemos que o paciente possui esforço e dor ao defecar (tenesmo e disquezia); além disso defeca pequenas porções. A frequência varia com a patologia; as vezes são várias  pequenas porções ao dia e às vezes somente uma vez ao dia. Boa parte dos pacientes apresentam junto sangue vivo nas fezes. Nesses casos, é raro a presença de emagrecimento. E o exame requerido é o da endoscopia digestiva baixa ou colonoscopia.

          E, existe ainda e não raros, os casos mistos aonde o paciente pode sofrendo distúrbios em ambas porções intestinais (delgado e grosso); dessa forma os sintomas se misturam. E a única solução é pedir em conjunto a gastroduodenoscopia com a colonoscopia.

Segue abaixo algumas imagens de alguns distúrbios que podemos ver na duodenoscopia e de colonoscopia:

1) Duodenoscopia:
Mucosa levemente hiperêmica, mas com elasticidade normal e aspecto próximo à normalidade***

Imagem endoscópica de linfoma em duodeno


Imagem endoscópica de duodeno com a mucosa granulada; também conhecida como White Spot. Comum em casos de Linfangiectasia ou Enterites Espoliativas Perdedoras de Proteínas (EEPP)

Imagem endoscópica de uma das papilas duodenais (apontadas com a seta).


*** Não consegui achar nos meus arquivos uma imagem boa de mucosa duodenal normal para usar como parâmetro. A primeira imagem, aonde vemos hiperemia e um pouco de edema é a mais próxima que tenho e que sirva para ser colocado no blog. Sorry! Fica para a próxima.



2) Colonoscopia:

Imagem endoscópica de mucosa de Cólon normal: rosácea pálida com visualização dos vasos periféricos


Imagem da ampola ileal (acima) e da entrada do ceco (abaixo).


Imagem endoscópica de uma fibrose acarretando uma estenose em mucosa de Cólon. O diagnóstico histopatológico foi de Carcinoma

Imagem endoscópica de processo hemorrágico em cólon. Diversos focos ulcerativos. O diagnóstico histopatológico foi compatível Síndrome do Intestino Irritável em grau severo.


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